quarta-feira, outubro 29, 2008

Abençoado Verão

Foi há 30 anos, numa quente noite de Agosto.

Eu já lá estava, na festa da aldeia, dançando e rodopiando há horas, e nem tinha dado por ti.

Lembro sempre com um misto de sorrisos e gargalhadas o episódio que marcou a noite, eu ter esbofeteado o J. em plena festa porque ele insistia em dançar comigo, tentanto arrastar-me.

Foi o escandâlo da noite. Murmuravam uns, soavam alto as vozes de outros ainda:

"Nã virão??? A lisboeta bateu num moço da terra! Maganas heim!!"

E eu indiferente nem pestanejava.

Com um sorriso surgiste na minha frente e disséste:

"Danças ou bates?"

Não sei que vi em ti, não sei porquê mas a sorrir disse:

"Danço e não bato desde que nunca me obriguem a fazer o que não quero.."

E foi a primeira troca de palavras, a primeira dança em que os corpos se tocaram e como se já tivessemos dançado uma vida tudo saía certinho como ainda hoje, parece que nascemos para dançar juntos.

Leváste-me a casa da minha avó, noite de luar e à despedida sem que nenhum percebesse o que sucedia o beijo quente e húmido foi forte na hora do até amanhã...

A partir dessa noite, eras uma presença constante nos meus dias e noites, foi o romance de Verão mais tórrido que já tinha vivido.

E o mês voou entre beijos, caricias, risos (imensos que eu era uma estouvada), danças, passeios ao luar, mais caricias e beijos...

Chegado o fim de Agosto voltavas a casa e eu ficava ainda para mais uns dias.

Despedimo-nos com beijos e sorrisos felizes, sem ansiedades, sem promessas, apenas a certeza que tudo tinha sido mágico.
Recordo que me perguntáste: "Quando é que te volto a ver?"
E a resposta saiu pronta: "Quando calhar ... calhou!"

Inesperadamente uns dias depois, recebo um postal teu, respondi... e pensei "isto não estava previsto".

E sem prever, um dia surges de moto ao portão da casa de férias dos meus pais.

Não sabia que pensar, mas corri para ti e os beijos e abraços apagaram a voz do que queria falar.

Desde esse dia, não nos conseguimos mais separar, e os beijos, caricias, risos e cumplicidade, foram a presença viva que marcou um namoro de Verão, que se tornou numa paixão e depois num amor forte e sereno.
Sorriu sempre quando recordo esse mês Agosto.

Recordar é viver...

Abençoado Verão:))

8 comentários:

Simão disse...

Pronto, lá estou eu a pensar /recordar outra vez as maravilhas do Verão...o calor, a praia, as noites quentes, o amor, a sensação de bem-estar... Deveria ser Verão sempre!!!

sonhos disse...

Luisa amiga,

Que lindo romance de verão, lembranças que permenecem na memoria.

Beijinhos de coração

Coragem disse...

Luisa, abriste-nos o coração...
Que linda história (real)de amor.

Sei, que tudo o que tiver de ser, será, identico foi comigo...Um dia conto a inha ;)

Beijinhos a ambos, e viva o amor

Anónimo disse...

viva o verao, viva o amor...viva a Luisa...

bjo

Anónimo disse...

Ai Luisa, isto que escreveste, já vim tarde mas a horas de comentar... Coisa mais linda!!! mas sabes, ao ler isto, apeteçia-me dizer; "Porra! já passou 30 anos??? decididamente tou velha!!"

Ai como eu ainda me lembro dos Pombinhos a rolar um para o outro, kiça!! já a prever o telhadinho da Casinha do Kintal loool a fazer CRuu Cruu cRuu!! um para o outro!

Abençoados tempos que me deixam imensas saudades no coração, assim como do teu belo e magnifico Empadão!!! (Rimou)
lool

Haja Saúde e passe mais 30 e todos nós estarmos cá!!

Beijocas e a celebre frase.. "sou muta Espeta!!... Xi ;)

O QUATORZE disse...

Olá boa noite
São lindas as memórias quando estas são tidas como de uma enorme saudade e felicidade, não de tristezas.
Tambem os recordo, com muita paixão.
Amizade
LUIS 14

Anónimo disse...

Olá Luisita, gostei tanto de ler a tua história de amor...até me arrepiei...são verões assim que valem a pena...

beijo doce

Coragem disse...

Luisa, minha jeitosa preferida ;)

Espero que esteja tudo bem contigo, estranho a ausencia, espero que estejas apenas a viver ainda, o teu verão...

beijocas