Pensativa

Quando gosto de verdade de alguém, consigo aceitar os seus defeitos e virtudes.

Sou lúcida suficientemente para os ver, o amor não me cega.

Só a paixão tem esse efeito em mim, mas como há muito essa loucura de sentimento não me toca, estou portanto bem lúcida de sentimentos, pensamentoe e reflexões.

O que me entristece é ver que afinal a intriga, a inveja também, a falta de amor próprio, a falta de honestidade pessoal, assentam arraiais em pessoas que poderiam ser óptimas.

Ou melhor, que eu quero acreditar muito que sim, que são óptimas, mas assoladas pelo que referi, as mesmas ficam com cotornos tão obscuros e feios, que as olho entre o irritada e o triste.

Tento calar a vontade de gritar alto o que deveria dizer, mas hesito e penso uma, duas e três vezes, que talvez esta não seja a altura certa.

Mas eu espero...

Ou algo muda ou um dia é dia para falar.

Porque a honestidade de sentimentos e relacionamentos pauta-se quanto a mim, pela verdade do que se deve dizer e fazer.

Ando pensativa, porque isto a cada dia mexe mais comigo, e não posso deixar que o que sinto faça com que o "brilho" do carinho se esvaia como o Sol em dias nublados.

Não estou a gostar desta revolta que me vai minando, da ira que por vezes espreita cá dentro, e dos pensamentos negativos que não me largam.

Amanhã talvez o meu olhar não seja tão crítico, o meu sentir seja mais benévolo... mas não depende de mim.

Luísa