quarta-feira, março 11, 2009

Rais parta o dinheiro!

dinheiro


Exigente demais, ou cada dia mais lúcida, é a questão que coloco a mim mesma, há alguns dias, relativamente a amigas de anos, e de quem gosto imenso, mas tal como eu mudaram, e as mudanças que hoje nelas vejo, exercem em mim um efeito que oscila entre a tristeza(desencantada) e o irritada.



Se calhar fui eu que mudei...



Mas isto não sucede com todas as minhas amigas, só casos esporádicos.



Há dias encontrei no combóio (o ponto de encontro de quem por vezes já só comunica "online", porque a vida mudou e os horários também) uma amiga daquelas que admiro, e gosto imenso.



Sabem, das que me fazem rir, eu a faço rir, falamos do que vai na alma e apesar dos 10 anos que nos separa sendo ela a mais velha, parece que andámos juntas na escola.



Daquelas amigas que ao fim-de-semana vamos juntas ao Portinho caminhar pela areia, beber um café e partilhar lágrimas e risos.



Era assim até há uns tempos, depois o contacto manteve-se, claro, mas fomos rumando ao sabor do que a Vida nos cinge a fazer e esses deliciosos momentos ficaram raros.



Nos ultimos tempos profissionalmente, ela ascendeu imenso e em termos financeiros está com uma vida excelente, graças a Deus, mas o passado não se deve esquecer, na minha óptica...



E agora quando falamos, como ela tem um filho a viver num país da Europa há cerca de 3 anos, (e está numa situação profissional e financeira boas, em Portugal ele era Segurança num Banco...) o tema são as "viagens" e o nivel de vida e qualidade da mesma no local onde o filho vive.



Viagens essas, que faz para ir ver o filho, ( "Estou careca de ir à Irlanda" (sic), as que o filho faz (incluindo as idas à "neve"), as que aproveita para fazer, já que está perto deste ou daquela país, e tudo falado num tom de voz elevado para que a carruagem inteira o saiba também.



Eu tento perguntar pelo resto da "prol" que são duas filhas e dois netos, mas isso passa como se nem fossse importante, e continua o seu monólogo.



As ultimas vezes não tivemos diálogo, porque só ouvi... e não intervi, senti-me incomodada com os olhares dos que ali viajam e muitos sobrevivem de ordenados miseráveis, outros talvez tenham mais que ela, mas recatadamente têm a sua vida e não a gritam no combóio...
Senti-me como quando era adolescente, e viajava com amigas que não se sabiam comportar e me deixavam corada e sem jeito, por vir na sua companhia...


E há dois dias lá nos encontrámos, mal perguntou como eu estava e à Joana que vinha comigo, idem idem, aspas aspas, e desatou a falar do acontecimento do ano, o filho vai casar com uma italiana e a boda é em Itália.



Os detalhes da ida dos 7 membros da família a Itália, a estadia, a descrição do hotel, a descrição dos pormenores da faustosa boda e tudo o que a vossa imaginação consiga adivinhar, foi o tema.


Vinhamos numa carruagem cheia, de pé, e eu corei até ao umbigo de incomodada que me sentia...


Quando finalmente nos separámos na gare da estação, puxei dum cigarro e a Joana que já me conhece e a ela também, disse:

"Tás chatiada com ela, tornou-se uma deslumbrada não foi?"


Ao que respondi entre uma baforada de fumo:

"Apetecia-me bater-lhe!
Sacudi-la e dizer: "Tenho saudades de ti mulher, de como eras!
Volta, senão já não sei sei onde anda a minha amiga!"



Rais parta o dinheiro!!!!!!!




Luísa

3 comentários:

Anónimo disse...

eehehhe Lu, se lhe metesses uma "peninha no cú" ela voava, não?

lol..lol..lol


bjo gadeeee

mjf disse...

Olá!
Isso chama-se " novos ricos" ???
Pensei que com a crise tinham desaparecido ;=9
ehehehe

Beijicas

PjConde-Paulino disse...

Luisa:) Atão cumadre"....

Não é raios parta o dinheiro..ná...

É raios parta as pessoas que não sabem conviver com ele...ahh pois...

beijinhoss

Pj